Faltam 436 dias para os Jogos Olímpicos Rio 2016, mas a pergunta é: o Rio está pronto para a receber o maior evento esportivo do planeta?
O prefeito Eduardo Paes está otimista ao afirmar que "Vamos deixar Barcelona no chinelo", se referindo às obras de legado e estrutura dos Jogos Olímpicos de 1992, na Espanha.
O certo é que está ocorrendo diversos impasses entre o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), o Governo Federal e a Prefeitura do Rio de Janeiro sobre quem vai cuidar das obras depois delas prontas
Parque Olímpico, maior obra das Olimpíadas, em obras para receber o evento em 2016 |
Em um encontro com empresários em São Paulo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou que as conversas foram iniciadas para buscar um modelo de gestão para o centro de treinamento, mas evitou estabelecer um prazo para uma definição.
- O Centro Olímpico de Treinamento é uma propriedade do Município do Rio de Janeiro. Estamos discutindo com o Governo Federal e com o COB, ver o que eles pretendem fazer. Aquela que for a melhor proposta é a que a Prefeitura vai fazer. Quem decide é a Prefeitura do Rio. Não acho adequado a Prefeitura bancar aquilo depois dos Jogos. Eu nem vou ser mais o prefeito. O centro é nacional, então não tem por que o carioca pagar por isso. O ideal é o modelo de gestão do COB, com algum incentivo do Governo Federal. Como essas coisas no Brasil são um pouco confusas, estamos tentando ajudar na construção de um modelo que permita a entrada de recursos privados, e a coisa possa se desenvolver independentemente dos ajustes ficais da ocasião - disse o prefeito.
O terreno em que o Parque Olímpico está sendo construído pertence à Prefeitura do Rio, que assumiu responsabilidade sobre a obra. Após os Jogos, parte do local dará espaço a um novo bairro, do tamanho do Leme. Por outro lado, as estruturas esportivas permanentes, como o velódromo e o centro de tênis, formarão o Centro Olímpico de Treinamento, que servirá à elite do esporte brasileiro na preparação para futuros Jogos Olímpicos. Por isso, Paes defende que o COB e o Governo Federal arquem com os custos da manutenção da estrutura esportiva.
- Eu saio da Prefeitura logo depois das Olimpíadas, então estou tentando amarrar ao máximo possível esse legado esportivo para que não haja problemas na continuidade. Não quero equipamento esportivo parado depois dos Jogos, como aconteceu com o Pan. O legado esportivo é fundamental. Eu não queria nem ter construído o Parque Olímpico. Não é uma atribuição que deveria ser da Prefeitura, mas quando vi que a coisa estava estranha, a gente foi lá e fez. Eu não acho que deva ser responsabilidade da Prefeitura do Rio cuidar do Centro Olímpico de Treinamento, que fica como legado. Vai ser um centro de treinamento de alto rendimento do país, do Brasil, portanto, acho que deveria ser responsabilidade do COB e do Ministério do Esporte. Como estou vendo que a coisa não está muito clara, montamos um grupo para conversar e estamos desenhando esse legado esportivo.
O prefeito falou também sobre a oportunidade de crescimento que o Rio de Janeiro terá com o evento do ano que vem:
— Não podemos perder esta oportunidade [de crescimento], como já ocorreu com a Copa do Mundo. Que imagem nós deixamos depois do Mundial? De um povo alegre, que faz festa? Acho isso muito bom, mas esse estereótipo nós já temos.
Vamos torcer desde já para que não ocorra nenhum problema de infraestrutura para os Jogos Olímpicos.
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